segunda-feira, 22 de março de 2010

Hilda Hilst - Do Começo ao Fim



Ontem fui ao cinema com Tin Tin e "Do começo ao fim" me surpreendeu do início ao final... Um dos momentos mais marcantes é a citação de um trecho de Hilda Hilst, abaixo:

(...) Chama-se Alberto. Chamo-o de Albert à cause do meu querido Camus. O único. É belo igual a ele. (...) Mas falemos agora de uma evidência perturbadora para a caterva e tão genuína e transparente para mim: como os machos se amam uns aos outros! Por que fazem desse fato tamanho mistério e sofrimento? Perdoa-me, Cordélia, mas a não ser tu, minha irmã e tão bela, não tive um nítido e premente desejo por mulher alguma. Mas sempre gosto de ser chupado. Então às vezes seduzo algumas de beiçolinha revirada. Mas o falo na rosa, nas mulheres, só in extremis. (...) Gosto de corpos duros, esguios, de nádegas iguais àqueles gomos ainda verdes, grudados tenazmente à sua envoltura. (...) Gosto de cu de homem, cus viris, uns pêlos negros ou aloirados à volta, um contrair-se, um fechar-se cheio de opinião. E as mulheres com seus gemidos e suas falações e grandes cus vermelhuscos não me atraem. (...) Bunda de mulher deve dar bons bifes no caso de desastre na neve. (...) Quanto a Albert. Tem 16. É mecânico. Não faças essa cara e não rias. Se tu o visses, teus grandes e pequenos lábios intumesceriam de prazer, assim como intumesciam sob os meus dedos quando eu os tocava fingindo esmigalhar as polpinhas rosadas. (...)