segunda-feira, 3 de maio de 2010

Lusofonia: a língua portuguesa no mundo e o acordo ortográfico

Lusofonia: a língua portuguesa no mundo e o acordo ortográfico

A lusofonia pode ser compreendida como espaços imaginários criados para a difusão do português como língua, como idioma e como meio de interação entre diferentes sociedades e grupos sociais. É /.../ “apresentada como um sistema de comunicação lingüístico-cultural no âmbito da língua portuguesa e suas variantes linguísticas que, no plano geo-sociopolítico, abrange os países que a adotam como língua materna e língua oficial” (BASTOS FILHO, BASTOS e BRITO, 2008, p. 124).


Refletir sobre os usos da língua portuguesa no mundo (planejamento “in vivo” de FISH), possibilita ao futuro profissional de Letras uma autorreflexão. Será que com a criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o brasileiro estaria apto a trabalhar com a língua portuguesa como língua materna para além do Atlântico? Na prática não é isso que ocorre... Por que isto não ocorre efetivamente?

Morei em Timor-Leste durante um ano e (com)vivi com essa funesta realidade. Os brasileiros servem quantitativamente para os organismos internacionais no tocante ao número de falantes para elevar o português como uma das línguas mais faladas no mundo; entretanto, quando o assunto é profissão, há certa preterição.

A variante lusitana tenta (e consegue) se impor devastadoramente numa vertente ainda colonialista. Isto não é algo natural. Se isto ocorre, é porque Portugal dispõe de certa política linguística.

Assim, entende-se o acordo ortográfico como uma dessas políticas. Compreende-se política linguística como “o planejamento organizacional amplo como diretriz para a formalização linguístico-educacional de um povo, bem como os atos institucionais, as investigações linguísticas e as práticas pedalinguísticas que interferem no campo das línguas” (IBIDEM, p, 125).

O assunto será tema de minicurso, o qual acontecerá na Faculdade Tobias Barreto na tarde (das 15 às 18h) do dia 12/06/2010 na ocasião do I Seminário Acadêmico da FTB, vide www.eventosftb.blogspot.com, cujo tema é Orientações linguísticas e ensino de língua materna. Os inscritos vão refletir sobre a lusofonia e aprender a manusear as principais regras do novo acordo através de discussões sobre a localidade da língua portuguesa em pelo menos dois continentes (americano e asiático) e exercícios práticos, que irão desde a ordem alfabética, perpassando pela acentuação gráfica e finalmente, o uso do hífen.

***

Everaldo José Freire possui graduação (com láurea) em Letras - Português / Inglês e suas Literaturas pela FACETEG da Universidade de Pernambuco (UPE). Desde o final de 2005, é professor da Educação Básica da rede estadual sergipana, lotado no Colégio Estadual Pres. Costa e Silva, porém está afastado desde 2009 para estudos pós-graduandos no Mestrado em Letras da Universidade Federal de Sergipe, onde foi aluno especial do Núcleo e professor auxiliar na graduação entre 2005.2 e 2008.2. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Linguística Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: gêneros discursivos, lei 10.639/2003, ensino-aprendizagem de Português - Língua Estrangeira (PLE). Entre julho de 2007 e junho de 2008, esteve como Professor Cooperante na Faculdade de Ciências da Educação da Universidade Nacional de Timor-Leste (UNTL) em Díli com bolsa da CAPES. E-mail: freire_everaldo@yahoo.com.br