sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Chega a “Primavera” em Sergipe


Marina Lima cantaria: Vem chegando o verão, o calor no coração... http://letras.terra.com.br/marina-lima/47260/ Porém, chegou a primavera, mesmo que isso não faça muito sentido para quem vive no Nordeste do Brasil, visto que a mudança entre as estações não é assim muito perceptível a olho nu.

Com ela, devem chegar às escolas da rede estadual de Sergipe as mostras de uma tal Primavera Literária, promovido pelo Departamento de Apoio ao Sistema Educacional (DASE), vinculado à Secretaria de Estado da Educação (SEED), para qual presto serviços como professor da educação básica.

O DASE, cuja sigla tem uma palavra que diz APOIO, tem trabalhado em sentido contrário, há bastante tempo. Ele não pergunta o que as escolas e os colégios precisam, mas impõe a realização de provas de múltipla escolha (baseadas no Processo Seletivo Seriado – PSS da Universidade Federal de Sergipe – UFS e de redação, nos mesmos moldes.

Nesta última segunda-feira, usando metade de um dos turnos, às pressas, o Colégio onde trabalho pediu que aplicasse as avaliações, que não estão “Nem Aí” se esse conteúdo foi ministrado, nem com quais gêneros discursivos (produção textual) estou trabalhando, assim como desrespeita o trabalho de todos os outros colegas. Esse tipo de prova deveria ter duração de 04 horas, precisa de presença de fiscal e tem um propósito: mostrar que o DASE trabalha, mas o trabalho dos professores da rede pública é um fiasco.

Na quinta-feira, foi o dia da prova de “redação”, no mesmo sentido tosco da minha postagem anterior, neste Blog. Mais uma vez, alunos dos 2º e dos 3º anos ficaram sem 03 de suas aulas e numa sala onde normalmente, à tarde, ficam 30 alun@s, apenas 1/3 estava fazendo a atividade. E por que será que a produção da 1ª série não é importante? Porque a agenda a ser cumprida é a da Universidade, para equiparar esses alunos na “corrida” d@s alun@s das instituições privadas e, como sabemos, o vestibular está em vias de extinção... Daí, provavelmente criarão o PRÉ-ENEM...

Na minha opinião, somos permissivos nisso, de certa forma. Vejamos essa invasão do DASE, que, como mencionado anteriormente, era para ser um Departamento de Apoio... Mandam as provas para nossas escolas estaduais, não estão nem aí se essas provas estão em consonância com os planejamentos dos docentes (pautam-se tão somente na UFS, como se O objetivo da educação estadual sergipana fosse A UFS); essas provas são aplicadas em meio período, os alunos ficam sem aula (e pensem como esses alunos da rede pública ficam sem aula!!!), os professores são usados como fiscais etc. E no jeitinho PT de governar, o órgão não faz seleção para os professores do PRÉ-Universitário (único programa deles com alguma visibilidade e com objetivos também eleitoreiros) há mais de 04 anos... Eles, do DASE, fazem o trabalho DELES, a gente faz o da gente mal feito (afinal, entram ali conteúdos que nem tivemos tempo de DAR) e a culpa recai na gente mesmo...

Contradiz os versos da cantora, pois não envolve e não seduz. Palavra de mestre!






4 comentários:

Valkíria disse...

"EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com segundo grau completo cresceu “tantos por cento”;" Igor Pantuzza Wildmann Advogado – Doutor em Direito. Professor universitário
Penso que essa frase retrate minimamente do que se é vivenciado nas escolas públicas, o famoso faz de contas! Quando não há preocupação se realmente o aluno aprendeu,se o conteúdo programado finalmente chegou ao fim no ano letivo e sob quais condições isso ocorreu... e lançam um fardo muito pesado sobre suas cabeças, com a ideia de concorrência ao vestibular,mas não preocupados se estão preparados, não que não sejam capazes, mas chega a ser uma afronta, quando se sabe infelizmente da qualidade de ensino. Mas também não se pode generalizar e pensar que não há profissionais comprometidos, porém na grande maioria tudo é pensado e arquitetado de modo a maquiar a realidade. Os professores conhecem essa tal"realidade" das escolas públicas. É preciso ter fé e agir, para que se efetue! O Brasil é muito novo, pouco mais de quinhentos anos, e precisa muito evoluir. Sem educação não há progresso, isso é fato... Brasil, onde está a sua identidade?
Espero que encontre na primavera...rsrs

Everaldo Freire disse...

Só uma correção: o Brasil vai completar 200 anos em 2022. E esta terra imensa aqui já existia, há muito mais tempo com uma dinâmica própria, cujos efeitos da colonização foram devastadores.

Everaldo Freire disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Valkíria disse...

Certo, Everaldo, quando escrevi pensei no descobrimento...ou melhor apossamento da terra!! Desculpe-me!!!