sábado, 18 de julho de 2020

Maria Freire

Se viva estivesse, teria completado hoje, 20.03.2022, 74 anos...



Maria Freire de Macêdo nasceu em 20 de março de 1948, no sítio Palha, Angelim-PE. Filha de Antônio Freire Macêdo (filho de João José Macêdo e Maria Freire Macêdo) e Maria do Rosário Vieira (filha de Manoel Vieira Mota e Jesuína Josefa da Conceição). Bisneta paterna de Manoel José Macêdo e Maria Rosário da Conceição e de Luiz Freire de Carvalho e Caetana Cavalcanti de Oliveira.

Assento de nascimento de Maria feito pelo pai, Antônio Freire, em 04 de fevereiro de 1961, no CRC de Angelim-PE.

Por volta dos doze anos, ficou órfã de mãe, que era exímia costureira, além de agricultora, e foi a filha mais velha do primeiro enlace de seu genitor, que faleceu em 1986. Seus irmãos Joaquim, José e Paulo e suas irmãs Judite (Naciza) e Nivalda tiveram de interromper os estudos e dedicar-se exclusivamente aos trabalhos no campo. Ainda pequena, conheceu sua avó, Maria Freire e sempre teve muitas lembranças e saudades de sua falecida mãe, tendo em vista que ter ficado órfã não lhe trouxe uma vida fácil.

Em meados da década de 60, as aulas aconteciam nas residências das pessoas e ela fora convidada a lecionar, mas seu pai, que era um cidadão bastante conhecido naquela região, foi contra por acreditar que aquilo perturbaria a ordem e tranquilidade do local.

Casou-se em 07 de maio de 1975 com Nelson Amaro José de Moura, agricultor, filho de Amaro José Francisco de Moura e Maria Quitéria da Conceição. Consta na Certidão de Casamento o nome Maria Freire da Silva, agricultora, a qual passou a assinar-se Maria Freire da Silva José. Por equívoco do oficial de registro civil de Angelim-PE, acrescentou-se o “da Silva” ao seu nome.

                                                   Maria e Nelson, em aproximadamente 1975.

Após o casamento, mudou-se para Jupi-PE, tendo seus três filhos no Hospital Regional D. Moura, em Garanhuns-PE, e também passou alguns meses em São Paulo-SP. Chegou a São João-PE em 1980 para estabelecer-se em definitivo. Seus filhos: Eraldo nasceu em 25 de fevereiro de 1976 e Everaldo, em 1979. Em 1984, deu à luz a uma filha natimorta aos oito meses. 

Declaração de Júlio Jacinto da Silva, em 05 de dezembro de 1981, atesta a existência de um terreno à venda, medindo 11 x 26m, sob a responsabilidade do Srº José Nascimento Pimentel, cujo recibo no valor de cem mil cruzeiros foi assinado por Júlio Jacinto da Silva e Josefa de Melo da Silva em 14 de dezembro deste mesmo ano, na cidade de São Joao-PE. Foi neste terreno que foi assentada sua moradia desde então, onde, por detrás, descortinava-se um cafezal que veio a tornar-se o bairro Parque Alvorada e, de frente ao pátio férreo, que fora desativado completamente em 1971, cuja estação fica do outro lado à esquerda.

Retomou os estudos na Educação de Jovens e Adultos na Escola Tico e Teco e continuou os estudos na Escola João de Assis Moreno, em São João-PE, sempre conciliando a rotina do lar, a jornada laboral e as atividades escolares. Anteriormente, estudara no grupo escolar Antonio Serafim de Melo, nas imediações de sua casa no sítio Palha, em Angelim-PE.

De sua casa, na confluência entre a Cel. João Fernandes da Silva e a Av. Joaquim Pereira dos Santos, via a efervescência da cidade e acompanhava as mudanças, desde a estrada de barro, que seguia do Sítio Oitenta, passava pela rua da Liberdade, atravessava a antiga estação ferroviária, onde atualmente funciona uma biblioteca pública municipal e funcionou os Correios, seguia pelo Corte rumo à Rua da Linha... para onde muitas vezes foi trabalhar plantando feijão.

Dali, não tinha hora para dormir, embora acordasse extremamente cedinho todos os dias. Aproveitava o movimento do Centro para atuar em seu comércio e observar a cidade, ou seria a cidade que a observava?

Faleceu aos 28 de junho de 2017, aos 69 anos, em sua residência, construída naquele terreno adquirido no final de 1981, em decorrência de infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial e diabetes mellitus, deixando seus dois filhos, uma neta e um neto, esposo viúvo e nora.

Trabalhadora, austera e honesta, desdobrou-se entre os afazeres domésticos, trabalho no campo e no comércio, que manteve por 37 anos no município de São João-PE, cidade que a adotou para criar seus filhos, ao lado de seu marido, educá-los e ter um futuro melhor. 



A importância de Maria na cidade de São João, além de marcar o empreendedorismo feminino, o início das emigrações de primeiras famílias para essa cidade, é também seu vínculo familiar com os Freire de Pernambuco e Paraíba (a exemplo de Ernesto Justiniano da Silva Freire - barão de Itambé - e Flávio Clementino da Silva Freire - barão de Mamanguape, seus tios tetravós, irmãos de seu tetravô Claudino César da Silva Freire), sua ligação sanguínea com a viscondessa de Utinga (Antonia Francisca Veloso da Silveira) e baronesa de Pirangi (Ana Veloso da Silveira), irmãs de sua tetravó Narcisa Veloso da Silveira, casada com Claudino, sendo sua existência e permanência na cidade um elemento muito vívido de que a História continua nos seus descendentes, estando seus pentavós João Luiz Freire, Antônio Rogério Freire (filho), Antônio Rogério Freire (pai) e Custódio Vaz de Carvalho inscritos nos livros dos mártires de Pernambuco, causa da Independência e Revolução de 1817.

Em 06 de setembro de 2020, através do requerimento nº 36/2020 da vereadora Maria Joseneuda de Assis da Silva, também relatora, foi solicitada que fosse feita a nomeação da praça localizada ao lado do Posto Mira e em frente à praça de eventos em sua homenagem, aceito unanimemente pelos vereadores com cópia enviada ao então prefeito José Genaldi Ferreira Zumba. Com o término do mandato deste, a vigência da pandemia do covid19 e as circunstâncias inerentes aos interesses do poder público local, a homenagem ainda não se efetivou.

Vivem na cidade seus irmãos mais novos, Paulo e Nivalda, seu ex-marido, Nelson, o filho mais velho, Eraldo, com esposa, Clávia, e casal de filhos, Karla e Carlos e muitos primos pelo lado Vieira da Mota da família de sua mãe.

Se uma criança pudesse escolher o ventre onde pudesse ser gerado, não haveria melhor mulher do que Maria! Gratidão, mãe! Até o reencontro! 

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